O Segredo do Poeta
( Lisboa)
Jorge não suportou a comoção. Foi até à janela, abriu as persianas e sentiu a frescura da brisa marítima refrescando o rosto. Observou o movimento das folhas e dos ramos das árvores da rua. Mergulhou no seu interior com algo parecido com uma oração: "Deus, eu não sei quem sou e gostava de saber onde estás. Preciso que me ajudes neste momento tão difícil..."
Os últimos momentos não paravam de passar como um filme na mente do nosso amigo...
Quando o táxi parou no lote 223, a família Fidalgo estranhou um magote de vizinhas no Hall de entrada do prédio. Ouviram uma das senhoras dizer:
- Foram três...sim, três de fato preto. Pareciam ser do demo, tão feios de aspecto...desgraçados!
- Demónios...deviam ser castigados por Deus, que mal fizeram as criaturas para lhe fazerem uma injustiça deste tamanho? - disse a filha da primeira.
O porteiro do prédio chegou naquele momento e tratou de aconselhar silêncio:
- Minhas senhoras, uma vez que não sabemos quem nos escuta, façam o favor de mudar de assunto.
Proferiu as palavras em surdina, apontando com o indicador, a família Fidalgo, acabada de chegar no táxi pintado de verde e preto, esbaforido de cansaço pelos milhares de quilómetros percorridos nas ruas da velha Lisboa.. O tubo de escape do velho Mercedes-Benz, soltou mais fumo que todas as fabricas instaladas na cintura industrial do enevoado e poluído Barreiro dos anos 70.
Subiram as escadas... O apartamento dos amigos González, estava um caos. A porta de madeira castanha com puxador dourado, estava completamente aberta. O pai do Jorge foi o primeiro a entrar, chamando pelos amigos. O Jorge segurou na mão da mãe, com o olhar assustado...
Continua...»
Os últimos momentos não paravam de passar como um filme na mente do nosso amigo...
Quando o táxi parou no lote 223, a família Fidalgo estranhou um magote de vizinhas no Hall de entrada do prédio. Ouviram uma das senhoras dizer:
- Foram três...sim, três de fato preto. Pareciam ser do demo, tão feios de aspecto...desgraçados!
- Demónios...deviam ser castigados por Deus, que mal fizeram as criaturas para lhe fazerem uma injustiça deste tamanho? - disse a filha da primeira.
O porteiro do prédio chegou naquele momento e tratou de aconselhar silêncio:
- Minhas senhoras, uma vez que não sabemos quem nos escuta, façam o favor de mudar de assunto.
Proferiu as palavras em surdina, apontando com o indicador, a família Fidalgo, acabada de chegar no táxi pintado de verde e preto, esbaforido de cansaço pelos milhares de quilómetros percorridos nas ruas da velha Lisboa.. O tubo de escape do velho Mercedes-Benz, soltou mais fumo que todas as fabricas instaladas na cintura industrial do enevoado e poluído Barreiro dos anos 70.
Subiram as escadas... O apartamento dos amigos González, estava um caos. A porta de madeira castanha com puxador dourado, estava completamente aberta. O pai do Jorge foi o primeiro a entrar, chamando pelos amigos. O Jorge segurou na mão da mãe, com o olhar assustado...
lindo meu amigo....esses anos de regime foram pessimos para os anti fachistas...continua essa belissima historia ...ja imaginamos o que se segue...tens a capacidade de deixar a ansia e o desejo de te lermos...
ResponderEliminarbeijinhos