O jovem aventureiro, nunca tinha deixado a sua pequena aldeia. Isolado, distante, no coração do Alentejo, sem telemóveis -.nesse tempo, só existiam nos filmes de ficção científica -.
Mas, a vida dá muitas voltas, e, num desses movimentos circulares do planeta Terra, foi a Lisboa pela primeira vez, com a esperança de reencontrar a menina, com a qual viveu o tempo mais feliz da sua curta vida, se possível ainda mais linda.
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Capitulo IV
- Lisboa -
Portugal nesses dias, vivia o "espírito" da revolução dos cravos. O 25 de Abril, simbolizava o grito da liberdade, das expectativas de futuro para as novas gerações, excessos e retrocessos, era tempo de mudança.
Quando o autocarro saiu da velha praça de camionagem, Jorge transportava no coração o fervilhar de emoções expectantes. Observava as despedidas, no aceno de mãos entre sorrisos e lágrimas, de famílias que, por falta de condições imigravam para a capital de Portugal, jardim à beira mar plantado.
Com o nariz encostado no vidro frio da janela, viu pela primeira vez os braços abertos da estátua do Cristo Rei, a dar-lhe as boas vindas. Olhou extasiado, extático, arrebatado perante a paisagem esmagadora do rio Tejo, visto da ponte 25 de Abril.
Na sua cabeça de rapaz de 12 anos, viajavam mil pensamentos curiosos e enlevados nos sonhos mil que tinha para viver quando chegasse á antiga rua 5, lote 223 - , antecipava o sorriso mais envolvente, que até ali tinha conhecido...
Continua...