quinta-feira, 16 de julho de 2009

O SEGREDO DO POETA - Capitulo III

(Continuação do capitulo anterior...)

Capitulo III


O Segredo do Poeta
(Na Cabana)


Deitado na sua cama quente e confortável, Jorge, agora com dez anos, pensava na sua amiga "Cari". Apesar de terem passado quatro longos anos, ainda ficava perturbado com a lembrança do desaparecimento de Carmen Dupont Gonsalez. Durante as noites de inverno, ficava perturbado, às vezes a meio das noites chuvosas, imaginava a sua "amiguinha" perdida na grande cidade. Vivia o secreto receio de nunca mais encontrar aquela que o fazia rir de felicidade desde o dia do seu nascimento.

Sentados à volta da grande mesa, com o tampo em granito cinzento, o Jorge pegou nas mãos da sua mãe, com aquele ar cândido que sempre punha quando queria saber algo importante:
- "Mããee", diz-me...o que terá acontecido à família da Cari? O pai dela matou alguma pessoa?
Antónia ficou em silêncio, foi o marido que interviu de imediato. António olhou para o filho e disse em voz baixa:
- Não quero ouvir falar em política, "Sr Jorge", sabes perfeitamente que, no nosso país , quem tem ideias diferentes, pode simplesmente desaparecer e nunca mais ser visto, entre os seus. Portanto, menino, nada de perguntas. A família Gonzalez foi trabalhar para Lisboa, é o que sabemos.

Nesse momento ouviram uns passos junto da porta que dava para o quintal. Olharam-se em silencio; o pai encostou o dedo indicador junto do nariz, fazendo aquele gesto peculiar seguido de um sussurrado: "xiu... caladinhos...

A noite foi longa... Jorge acordou ainda o Sol dormia. Assim que abriu a porta, reparou numas pegadas na soleira de mármore branco. Correu na direcção da bicicleta vermelha comprada na semana passada pelo avo paterno. Sem perder tempo, pedalou com toda a energia disponível na direcção da cabana secreta.

Jorge da Silva Fidalgo, - a mãe fazia questão de soletrar o nome completo do seu "filhote" sempre que ele se portava mal - Mas, neste momento, a família ainda dormia, só ele caminhava com a bicicleta ao lado, na relva molhada pelo orvalho da manhã.

Subitamente, ouviu uma voz suave, cantando uma canção de saudade. Havia gente escondida? - O nosso herói guardava um segredo e, em simultâneo, cantou a mesma canção da voz melodiosa vinda da cabana...


Continua...

10 comentários:

  1. Boa noite querido Pj,
    Estás a conseguir prender-me a esta história :)
    Sinceramente, acho que "escrevinhas" muito bem :)
    Não quero perder nenhuma cena, por isso aqui estarei à espera dos próximos capítulos ;)
    Beijinhos carinhosos.

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  2. E que tal mudar a hora na configuração, são 22h52 e não 14h52, como aparece no meu comentário anterior, onde estou a dizer boa noite e depois são 14h52... Lol..
    É só uma sugestão, querido amigo.
    Beijinhos

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  3. Bom dia amável Pipinha:)

    Com os teus elogios ainda vou pensar que sou um prémio Nobel da literatura...lol"

    Obrigado por teres paciência para me leres:)
    Até ao próximo episódio..
    "Não perca o próximo episódio...que nós também não..."lol"

    "Prontos, já "Mudi" a hora pa tár tudo certo ;) (como num gosto de horas andava noutro fuso horário)"lol"

    Abraço e beijos carinhosos!

    Pj

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  4. PJ

    A cada dia que passa na narrativa, eu fico com um misto de candura no coração pela forma como escreves e outro de suspense do que virá a seguir.

    Brilhante este espaço e vejo um PJ que sabia existir, em que a magia do seu sentir em consonância com as palavras nos prendem e apaixonam!

    Ai tou apainonadaaaaaaaaaaaaaaa!

    ;)

    Beijinho querido amigo

    Luisa

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  5. Ah vou pedir um favor, tirares aquela cena marada das letrinha para o comentário aparecer, sabes?? tira lá...

    Beijocas

    Luisa

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  6. Bom Dia Alteza - Luisa:)

    "inté" me deixas encabulado" - com aquele ar envergonhado.."lol" com tantos elogios...xii.( quem feio gosta bonito lhe parece" rss

    Quanto aquela cena marada das letrinhas de segurança, - sim nós podemos -rss vamos resolver o problema. Não quero que nada lhe falte:)

    beijinhos do Cumpadri, pá Cumadri

    Pj

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  7. um momento intenso de leitura que me vai obrigar a cá voltar
    beijo

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  8. Carla...

    Fico sensibilizado pela "obrigação" livre de cá voltares:)

    beijos

    Pj

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  9. Acho que vou ficar aqui sentada, num qualquer cantinho, prometendo não atrapalhar...
    beijinhos migo

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  10. Palma da mão...

    Querida amiga, tu nunca atrapalhas: Senta-te onde for mais confortável...

    Boa estada

    bjs

    Pj

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