sexta-feira, 10 de julho de 2009

O SEGREDO DO POETA (Continuação)



(Continuação do ultimo post...)

O SEGREDO DO POETA


A menina da sala ao lado do quarto onde o Jorge nasceu, era a Cármen, filha de Manuel Gonçalves e Maria Alice Dupont; de ascendência espanhola e francesa, respectivamente. – Os pais e amigos chamavam-lhe amorosamente, “Cari” , amiguinha, presente nas brincadeiras inocentes do “Jorginho. Podemos ver o quadro:

O poeta, sentado na cadeira de baloiço, na esquina do alpendre da casa de campo dos avós da "Cari, observa com ternura, as duas crianças brincando debaixo da macieira carregada do belo fruto do Éden. O "Jorginho", vestido de calções azuis, com suspensórios sobre a camisa branca salpicada de terra molhada, e sumo de maçã misturado nas mãos, pinta, qual Miguel Angelo na Capela Sistina, a face e o vestido da amiga.

A "Cari, de vestido amarelo florido, faz bolinhos de terra molhada, misturada com uvas, colhidas da videira plantada junto da cancela pintada de branco. Ao longe os cavalos relinchavam felizes, alimentando-se na relva verde, circundada pelo bosque dos cucos, lugar encantado, motivo de muitas lendas...

Subitamente, o Flash, cão de guarda da Herdade, aproxima-se, lambendo as mãos dos dois amiguinhos de 5 anos, provocando-lhe, em uníssono, a gargalhada mais sublime e pura, qual quinta sinfonia de Beethoven entoada pelo coro infantil de Viena de Áustria.

Os dois pequenos amigos, entretanto, começam a ouvir o som melodioso duma flauta; sabiam que era o avô da Cármen que chegava. Saltaram e dançaram juntos na felicidade pura de quem pode ser criança...

O poeta, calmamente, levanta o olhar na direcção das montanhas que espreitam altivas, sobre as árvores do bosque. Dentro dele vive o segredo; - sabe que está na hora da estratégica retirada...

Vai cantando pelo caminho:***

*** *** *** *** *** ***

*Quando eu era menino via como menino
agora, mais velho, quero ver o menino
a estalar a língua para me ouvir dizer
que bonito menino as horas sabe dizer..

*Sei que o Pai do tempo lhe mandou dizer
tic tac, tic tac, tic tac, tic tac... Tic

*No ritmo do coração de amor vou dizer
tic tac, tic tac, tic tac, tic tac... Tic
que bonito menino as horas já sei dizer
tic tac, tic tac, tic tac, tic tac... tic *...tic tac


(excerto do poema "O menino do tempo" de PjCondePaulino)


PjCondepaulino



Continua...

1 comentário:

  1. O Poeta:

    Hoje, ousei sair da Floresta dos Cucos e vim visitar a terra...

    Abraço

    do Poeta:)

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